Sempre tem uma primeira vez para tudo: eu sempre morri de amores pelos perfumes da Boucheron e tinha grandes expectativas com o Place Vendôme. E pela primeira vez um Boucheron me deixou… vamos dizer, desanimada. Não que o perfume seja ruim, longe disso, é que ele é ‘mais do mesmo’, sabe?
Na verdade acho que eu tenho que parar de criar expectativas quanto aos lançamentos perfumados…
Place Vendôme é o endereço em Paris (Place Vendôme 26) onde Frederic Boucheron abriu sua primeira loja de joias em 1893.
Assim que passei na pele me veio à cabeça o Elie Saab, porém uma versão mais amena e bem menos radiante. Tem flor-de-laranjeira, tem fruta cítrica madura e doce, tem um leve toque picante que dá uma certa energia ao perfume.
Logo o perfume aquece, surge uma nota adocicada dessa que já vimos aos montes: o praliné.
Praliné é delicioso, tem uma nuance achocolatada, calorosa, tem cheiro de noz/castanha caramelada! Mas chega, não aguento mais o tal praliné em tudo que é perfume! Vamos comer praliné ao invés de usar como perfume, que tal? Aqui tem uma receita ótima, olha só!
No final sinto uma nota amadeirada gostosa, madeira aquecida pelo sol! E tem também uma nota resinosa adocicada, que me faz pensar em cheiro de pão doce recém assado. As notas de fundo são de uma doçura delicada e aconchegante.
Para mim Place Vendôme é um perfume morno, acolhedor e de breve luminosidade. É discreto e elegante, não briga com ninguém, tem potencial para agradar a gregos e troianos. E é isso que me incomoda nele. Ou me incomoda esse novo conceito de sensualidade que os perfumes estão explorando, esse nova feminilidade…
Ah, o frasco é belíssimo!
Notas de saída: tangerina, rosa, flor-de-laranjeira, pimenta rosa.
Notas de coração: jasmim, mel, peônia, praliné.
Notas de fundo: styrax, cedro.
Arquivado em:Uncategorized